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Justiça Reconhece Desvio De Função E Condena Município A Pagar Diferenças Salariais A Servidor Público

O autor, servidor municipal concursado para o cargo de ajudante de serviços gerais, foi remanejado para exercer a função de secretário de escola, assumindo novas atribuições que não correspondiam ao cargo para o qual havia sido originalmente aprovado. Apesar do aumento de responsabilidades, o servidor não recebia remuneração compatível com o cargo efetivamente desempenhado.

Diante da irregularidade, o servidor ingressou com ação judicial pleiteando o reconhecimento do desvio de função, situação em que o trabalhador exerce tarefas de um cargo diferente, mais complexo ou com atribuições superiores, sem a devida contraprestação salarial.

Após analisar o caso, a Justiça reconheceu que houve configuração do desvio de função e condenou o município ao pagamento de todas as diferenças salariais entre o cargo de origem e o cargo exercido de fato. Além disso, determinou que os valores sejam refletidos em:

  • Férias;
  • 1/3 constitucional de férias;
  • 13.º salário;
  • Horas extras;
  • Descanso semanal remunerado (DSR).

     

📄 Autos nº 0035326-85.2015.8.16.0030

 

O que caracteriza desvio de função no serviço público?

O desvio de função ocorre quando o servidor público passa a desempenhar tarefas que não correspondem ao cargo para o qual prestou concurso, assumindo responsabilidades superiores sem receber a remuneração adequada. Essa prática viola princípios como legalidade, isonomia e valorização do servidor público.

Segundo o Dr. Josimar Diniz, especialista em Direito Administrativo, “nenhuma administração pública pode exigir que o servidor desempenhe funções de outro cargo sem a devida remuneração. Quando isso acontece, o Judiciário costuma reconhecer o direito às diferenças salariais”.

 

Como agir se você suspeita que está em desvio de função?

Se você está exercendo atribuições diferentes ou superiores àquelas previstas no seu cargo, é importante:

  • Reunir documentos e provas das atividades desempenhadas;
  • Comparar suas funções com a descrição oficial do cargo;
  • Registrar relatos, ordens de serviço e comunicações internas;
  • Buscar orientação jurídica especializada para avaliação do caso.

O Judiciário frequentemente determina o pagamento retroativo das diferenças salariais quando o desvio fica comprovado, garantindo ao servidor a remuneração justa pelo trabalho efetivamente prestado.